terça-feira, 11 de agosto de 2015

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CADERNO 3


ARTES VISUAIS

(Re)conhecer os caminhos trilhados

Universidade Federal do Ceará inaugura hoje três exposições em comemoração aos 60 anos de fundação

"Passeata do Apito", em defesa da UFC
Imagem com a antiga sede do Mauc ao fundo
Expansão da Reitoria
No dicionário, recordar significa trazer à memória, lembrar. É o que realiza a Universidade Federal do Ceará (UFC), a partir de hoje, com a inauguração de três exposições gratuitas, que trazem recordações e registros da trajetória de 60 anos da instituição. Criada oficialmente (por lei) em 16 de dezembro de 1954, foi instalada em sessão em junho de 1955.
No Salão Nobre da Reitoria, a exposição "UFC 60 Anos" apresenta o acervo da Universidade. Imagens, documentos e livros contam a narrativa da instituição, desde antes da criação até as transformações pelas quais passou nos últimos anos.
O material inclui imagens do antigo Laboratório Fotográfico da UFC, que documentava eventos, cerimônias e obras das primeiras décadas da Universidade. Estão expostos, ainda, o Plano Piloto e os registros das construções da então recém criada Universidade.
As transformações sofridas pela UFC levaram ao seu espalhamento para além do bairro Benfica, para outros espaços de Fortaleza e do Ceará. Nesse âmbito, a interiorização e internacionalização são temas de destaque da exposição, que apresenta os campi localizados na Capital e no Interior, além da grande expansão empreendida nos últimos anos.
Também são destacadas as relações afetivas tecidas no âmbito da instituição e em sua relação com a comunidade.
A linearidade não foi o caminho buscado pela curadoria da exposição, realizada pelo Memorial da UFC. As mudanças que aconteceram internamente foram o fio condutor do percurso montado, tendo como referência o símbolo oficial dos 60 anos da Universidade. O formato da letra "S" encontrado no selo é reproduzido no caminho construído para os visitantes.
Marcela Teixeira, coordenadora do Memorial, explica que a exposição procura revisitar espaços e acontecimentos, não por ordem cronológica, mas por sua importância. "Procuramos problematizar esse espaço, trazendo aspectos dos diferentes locais que existem dentro dele, desde a Rádio Universitária e as Casas de Cultura até espaços de convivência estudantil", observa.Dentre os equipamentos culturais rememorados na comemoração sexagenária está o Teatro Universitário Paschoal Carlos Magno, que recebe a exposição "Nós e TU: 50 Anos do Teatro Universitário". Comprado pela UFC em 1964, foi oficialmente inaugurado em 1965, fazendo aniversário apenas um dia após a instituição da qual faz parte.
As cinco décadas do Teatro Universitário serão recordadas através de 20 painéis com imagens de espetáculos, atores e atrizes que passaram pelo palco e eventos que aconteceram no espaço. A abertura acontece hoje à tarde. Dentro do equipamento, que abriga até 100 espectadores, imagens de cada uma das décadas serão projetadas nas paredes.
A interação com o público será parte essencial da construção dessa exposição. Ao observar as imagens, os visitantes poderão identificar cada uma delas, perceber se conhecem as pessoas retratadas ou se também assistiram ao espetáculo registrado. Relatos pessoais sobre as imagens expostas poderão ser feitos em formulários disponíveis e colocados em cada um dos totens.
Folhetos de identificação também estarão espalhados dentro da mostra, permitindo entender todas as imagens, mesmo aquelas que não estão na memória dos visitantes. Essa interação estará disponíve hoje e amanhã; depois disso, os painéis serão deslocados para as paredes do Teatro, tornado a memória do espaço permanente em sua estrutura.
Novos registros
A terceira exposição é formada por obras do grupo Matrix. Duas salas do Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (Mauc) serão ocupadas por gravuras e experimentos, tais como vídeos, fotografias, escultura, instalações e novas interfaces gráficas.
Na primeira sala, chamada Experimentos, serão apresentadas obras produzidas individualmente ou pelo grupo. Na sala Gravuras encontram-se trabalhos criados sob técnicas do linóleo e da madeira, nas quais o público poderá identificar cada artista pelo modo de gravar e pelas temáticas que os caracterizam.
Essa é a primeira exposição do grupo, formado em outubro de 2014 pelos artistas Abelardo Brandão, Diego Sann, Francisco Bandeira, Marcelo Silva, Nauer Spíndola, Sérgio Lima e Túlio Paracampos. A Oficina Mestre Noza, do Mauc, foi o ponto de encontro dos integrantes, que começaram a produzir orientados pelo interessa na valorização da cultura cearense. A exposição fica no museu até 24 de julho.
Pertencimento
Entre as recordações das primeiras construções e a apresentação do que os novos artistas estão produzindo dentro da UFC, Marcela Teixeira reforça que o objetivo é que o público (re)conheça os caminhos trilhados.
"É de extrema importância, porque faz com que as pessoas tenha esse sentimento de pertencimento. Aqui é onde trabalhamos, onde estudamos. É preciso conhecer mais sobre a instituição, principalmente nesse momento de comemoração", enfatiza.
Programação
Exposição "UFC 60 Anos"
Abertura hoje, às 9h, no Salão Nobre da Reitoria (Av. Da Universidade, 2853, Benfica). Gratuito
Exposição "Nós e TU: 50 Anos do Teatro Universitário"
Abertura hoje, às 17h, no Teatro Universitário (Av. Da Universidade, 2210, Benfica). Gratuito
Mostra "Matrix Expõe: gravuras e experimentos" Abertura hoje, às 19h30, no Museu de Arte da UFC (Av. Da Universidade, 2854, Benfica). Gratuit

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